quarta-feira, 12 de novembro de 2008

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Hoje, às 21, na FNAC Vasco da Gama





Fora de Mim
MANUEL HALPERN

29 Out Qua 21h 00 Vasco da Gama
Apresentação por Cláudia Galhós.
Actuação ao vivo pelo colectivo Ouvido Visual e de Filo Sax.


"Paulo. 23 anos. Mais uma noite no bairro Alto. De pé, na rua, copo na mão, encostado a uma parede, numa conversa parca em palavras. Estava farto de estar ali, mas ficava. Por vício, porque há anos que era assim, porque se um dia o Bairro fechasse não saberia o que fazer e, sobretudo, porque não queria voltar para casa…Seguiu para o Lux. Novamente o Lux. A música, as cores, o tudo e o nada. A mesma e velha necessidade de fugir da realidade. Patrícia. 32 anos. Jornalista na secção Sociedade de um jornal de Lisboa. O Lux como cenário ideal para uma reportagem, que nunca chegou a fazer, sobre o mundo da noite. Perdeu o fio de si própria e acordou, nua, numa cama desconhecida. O êxtase. Uma histérica fuga, uma súbita felicidade. A irreversível vontade de regressar e o perigo de perder a noção do ponto de partida. Paulo deixou-se ir. Viajou e partiu. E Patrícia?" Este é um excerto da recente obra de Manuel Halpern, intitulada, Fora de Mim. O autor é jornalista do JL, especialista em cultura, tendo desenvolvido nos últimos anos as áreas do Fado e de cultura urbana. A apresentação do livro e do autor ficará a cargo da Cláudia Galhós. Contaremos ainda com uma sessão de dj e vj pelo colectivo Ouvido Visual, com a participação especial de Filo Sax.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O texto de Ricardo Paulouro



Fora de Mim foi apresentado no Fundão por Ricardo Paulouro Neves. Fiquei muito satisfeito por ele ter aceite o meu convite. Além de ser natural do Fundão, o Ricardo é um jornalista de utopias, com espírito de missão. Coordena as revistas Textos & Pretextos e A23.



Estou aqui na qualidade de jornalista, que fala sobre outro jornalista.


Não posso, numa altura como esta, deixar de lembrar a célebre passagem de Hemingway, em 1934 em "Escrito de um velho jornalista", onde se dizia: "Todos os bons livros assemelham-se no facto de serem mais verdadeiros do que se tivessem acontecido realmente, e que, terminada a leitura de um deles, sentimos que tudo aquilo nos aconteceu mesmo, que agora nos pertencem o bem e o mal, o êxtase, o remorso e a mágoa, as pessoas e os lugares e o tempo que fez. Se conseguires dar essa sensação às pessoas, então és um bom escritor."


Falar a partir daqui deste livro de Manuel Halpern é falar de uma obra onde a questão da fronteira entre o real e a ficção é permanentemente colocada em causa. "Fora de mim", a sua estreia na ficção, será um olhar para o que rodeia o sujeito ou será antes outra forma de questionar a distância entre o que está fora e dentro?


Quando terminamos a leitura do livro de Manuel Halpern sentimos exactamente o mesmo que dizia Hemingway – também o livro está fora de nós mas, de algum modo, ele já nos pertence. Depois da escrita para teatro, da encenação ou da escrita sobre música, para além das centenas de crónicas publicadas no Jornal de Letras (um jornal ao serviço da cultura portuguesa, da língua e da lusofonia), Manuel Halpern conseguiu surpreender-nos com um romance sobre o qual, até à última página, duvidamos do tema. A sombra está bem presente desde a primeira página do romance – pares míticos como Romeu e Julieta ou D. Pedro e Inês de Castro servem de modelo a uma história que é, em minha opinião, sobre aquilo que separa (ou não) o amor da morte. Porque, e Halpern di-lo-á de várias formas, o amor não é corruptível nem pela própria morte.


Falta talvez a Halpern um caminho paralelo pelo cinema porque é de imagens cinematográficas que este seu livro se faz. Um desafio a um realizador que tem em mãos uma história onde o enredo se associa a imagens muito fortes que se sobrepõem às grandes questões existenciais que atravessam todo o romance – o que é o amor? Como sobrevive o corpo e a alma à morte? Existirá uma lógica para o amor, para a vida e para a própria morte?


Talvez Halpern não encontre a resposta que se procure ao longo do livro. Mas o livro, como o homem, é inacabado por natureza e sempre aberto ao futuro, dizem alguns filósofos. A matéria-prima, contudo, é sempre a mesma e é isso que faz do romance de Manuel Halpern uma obra promissora: o real é aquilo que se respira, a fonte de inspiração do escritor, como o é do jornalista.


Ricardo Paulouro
Festival Internacional de Cinema Jovem IMAGO, 2008


Foto de Margarida Dias roubada do site da A23

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Fora de Mim no Fundão

Eu vou estar fora de mim no Fundão, no festival Imago, na próxima quinta-feira, 9, na segunda festa de lançamento.
O livro vai ser apresentado por Ricardo Palouro Neves, numa conversa informal, às cinco da tarde. A partir da meia-noite, ao exemplo do que aconteceu em Lisboa, o livro será interpretado musicalmente por vários DJ, incluindo Ouvido Visual, Bla Bla Bla DJ e Felizardo.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Fora de Mim na Visão





Excerto


«Paulo receou olhar
para a cama. Fechou
a cara nas mãos e
permaneceu estático. Espreitou
entre os dedos, na esperança
que aquela horrível e bela
visão desaparecesse. E voltou a
assustar-se ao ver o corpo que
ali continuava deitado. Ainda
tentou não ver, mas acabou
por se render aos seus olhos.
Por mais que deixasse cair as
pálpebras ela não saía dali. Não
dependia da sua vista. Já existia,
por si só, isolada, morta,
deitada nua na sua cama.
Desisto, aqui me tens.»






Na primeira Pessoa


Tentei explorar os limites do
amor, através de uma situação
extrema. Encontrei este limite
intransponível, que é a morte.
Contudo, tentei trespassá-lo,
fazendo com que uma alma
se apaixonasse por um corpo
e vice-versa, caindo talvez no
sobrenatural. Depois, quis dar
uma explicação lógica para
o sucedido, permitindo uma
leitura policial. É um livro com
duas verdades. A situação inicial
– uma mulher loira nua e morta
na cama – é muito cinematográfi
ca. O cinema e a música são,
aqui, infl uências tão preponderantes
como a própria literatura.
Dois fi lmes que me inspiraram
para este livro: Vertigo, de
Hitchcock; e Mullholland Drive,
de David Lynch.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Foi bonita a festa, pá!

Fiquei contente.

O Cobertor Eléctrico, o Bla Bla Bla DJ e o Carlos Vaz Marques estiveram em grande. Aqui fica o alinhamento do Ouvido Visual. Próxima paragem... Fundão


1
Meus Lindos Olhos
Mafalda Arnauth

2
Flower
Liz Phair

3
Apontamento
Margarida Pinto

4
North of My Mind
Temper

5
Lucy in the Sky with diamonds
Circule

6
Shall we take a Trip
Northside

7
Kinky Afro
Happy Mondays

8
She's so High
Blur

9
I Wanna be Adored
Stone Roses

10
Unbelievable
EMF

11
Tainted Love/Where did our love go
Soft Cell

12
My red hot car
Squarepusher

13
Looser
Beck

14
Cantaloop Flip fantasy
US3

15
Outta Space
Jimi Tenor

16
This is the day
The the

17
That Time
Regina Spektor

18
Sonhos Pop
Pop dell'arte

19
There's a light that never goes out
Smiths

20
Santa Maria del Bueno Aire
Gotan Project

21
Arte
Nosotrash

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Obrigado!


Tudo pronto para logo à noite (a partir das 22, no Hotel do Bairro Alto).
Apresentação por Carlos Vaz Marques
Interpretações musicais do livro por Bla Bla Bla DJ (aka DJ Filipão), Cobertor Eléctrico e
Ouvido Visual.

E eu agradeço a (por ordem alfabética)
:

Alexandre Vasconcelos e Sá

Carlos Vaz Marques

Filipe Pedro

João Paulo Vieira

José Luís Peixoto

José Menezes

José Prata

Margarida Campos

Maria França e Sousa

Maria Leonor Nunes

Marina Oliveira

Pedro Dias de Almeida

Ricardo Duarte

Susana Almeida

Tomás Cunha Ferreira

Família - Cristina, Helena e Rita

Redacção do JL





terça-feira, 23 de setembro de 2008

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Carlos Vaz Marques apresenta Fora de Mim

Está confirmado. O livro será apresentado por Carlos Vaz Marques, conhecido jornalista, autor do programa Pessoal e transmissível, na TSF.

Para mim é simplesmente o melhor comunicador da actualidade, com particular sensibilidade para a literatura, música e cinema. É um conversador nato e um brilhante entrevistador de rádio, conseguindo o difícil equilíbrio entre coloquialidade, ritmo e pertinência.
Recorde-se que a sessão decorre terça-feira, 30 de Setembro, às 22 horas no Bairro Alto Hotel (no Chiado).


Cobertor Eléctrico e Ouvido Visual animam festa de lançamento



As duplas DJ/VJ Cobertor Eléctrico e Ouvido Visual estão confirmadas na festa de lançamento de Fora de Mim, terça-feira, 30 de Setembro, às 22 horas, no Hotel do Bairro Alto. A ideia é criar uma banda sonora e visual inspirada para o livro.
Cobertor Eléctrico é uma reconhecida dupla de DJ, com actuações em vários espaços da noite lisboeta, composta por Pedro Dias de Almeida e João Paulo Vieira, ambos jornalistas da Visão.
Ouvido Visual aposta na interacção entre música e imagem, sempre com um conceito aglutinador. A dupla é composta pelo inigualável Ricardo Duarte, com a modesta colaboração do autor deste livro, ou seja, eu.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Lançamento dia 30 no Hotel do Bairro Alto


O lançamento do livro já está marcado para dia 30 de Setembro, às 22 horas, no bar do Hotel do Bairro Alto (em plena Praça Camões). Estou a preparar várias surpresas, para que todos concluam que estou fora de mim... Basta seguir este blogue...

Ontem visitei o espaço com o José Menezes e fiquei muito bem impressionado.Uma decoração moderna e confortável. No hall, esculturas de Rui Chafes. E, no terraço, uma das melhores vistas sobre Lisboa.


quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Fora de Mim no JL

(santos da casa fazem milagres)



O amor além da morte

A contradição afirma o movimento da escrita: «Fora de mim é um livro virado para dentro», diz. Não que traduza as suas vivências, mas transporta as suas «inquietações». Escreve-as e publica-as na «esperança» de as partilhar com os leitores. O autor que agora se estreia na ficção é o nosso camarada de redacção, o jornalista Manuel Halpern, 34 anos, que a entrou na cena literária com duas peças de teatro, Palco e O Segredo Do Teu Corpo, que já teve duas encenações, e com um ensaio sobre o novo fado, O Futuro da Saudade.
É de «amor e de morte» o fado de Fora de mim, uma edição da Caderno. O romance fala em rigor do «amor para além da morte», cruzando longinquamente histórias que informam o nosso imaginário, como Romeu e Julieta ou o episódio de D. Pedro e Inês de Castro. Mas não é uma revisitação de lendárias paixões funestas, antes uma narrativa que corre sobre a impossibilidade do amor, num tempo em que todos os amores parecem possíveis. O jogo é entre o físico e o espiritual: «Há um corpo que se apaixona por uma alma e uma alma que se apaixona por um corpo». Em epígrafe, uma frase do filme de Oliver Stone sobre os Doors em que se diz a propósito do casamento simbólico de Jim Morisson com a amante: «A morte não os pode separar, apenas a ausência do amor».
O livro deu-se-lhe há muito, numa primeira imagem que Halpern diz até um pouco «banal», seguramente cinematográfica: um rapaz que acorda com uma rapariga morta ao lado na cama e que não se recorda quem é ou como ali terá ido parar ou morrer. A história é contemporânea, atalha alguma deriva urbana e geracional, com ecstasy e dance music, sem perder de vista a mordacidade que sempre se insinua na escrita, mesmo na jornalística, de Halpern, e um certo traço religioso ou de indagação existencial. «Interessou-me explorar sobretudo a questão da morte. Talvez tenha sido uma espécie de exorcismo da morte de algumas pessoas que me eram próximas. A questão da vida e da morte é uma inquietação constante de quase todas as pessoas, tal como a grande vontade de acreditar que vamos desta para melhor...», adianta. «Quis por outro lado ir ao fundo do que poderá sentir uma pessoa que acorda com alguém morto ao lado. E isso pode acontecer, não é nada de sobrenatural. E mesmo que ponha os mortos a falar, no meio de toda aquela história inverosímil, o leitor poderá encontrar explicações lógicas, um pouco como acontece em Vertigo, de Hitchcock».
A alusão não é casual, nem isolada. Halpern pensou também o clima de Mulholland Drive, de David Lynch. As referências cinematográficas e musicais são omnipresentes na sua ficção. «A inspiração vem de tudo o que nos rodeia», justifica, «o que no meu caso é muita música e cinema».

O impulso da escrita

No final da 4ª classe, a professora entregou a cada um dos alunos um cartão em que escreveu o que pensava que iriam ser. No do Manuel Halpern estava escrito poeta. Não lhe assistiram por muito tempo as rimas, nem mesmo os versos brancos. Mas o palpite não falhou redondamente. Halpern nunca perdeu as graças da escrita nem o jeito de contar histórias. Também arranhou umas notas musicais numa banda, de nome variável, no Colégio S. João de Brito. Assinava muitas das letras e músicas e pontuava ainda com prestações de voz e guitarra. O rocker não vingou, ainda que não lhe tivesse desamparado de todo a alma. No primeiro ano do curso de Comunicação Social, que fez na Universidade Católica, quando o inquiriram sobre os seus sonhos profissionais, disse que queria ser jornalista musical. A mania de fazer jornais também é coisa que o acompanha desde que começou a juntar letras, dobrar folhas A4 e contar os tostões que lhe rendiam as edições que vendia aos familiares e outros próximos de boa vontade.
Mal sabia ao iniciar o seu estágio no JL há dez anos que os seus sonhos iriam tornar-se reais nas páginas do nosso jornal, onde começou a fazer crítica musical e mais recentemente de cinema, tendo concluído, pelo caminho, uma pós-graduação nessa área em Barcelona. O próprio contacto com os criadores, por força do seu trabalho jornalístico, foi estimulante para fazer correr a sua necessidade de escrita. Diz que teve «sorte». É de acrescentar a sua persistência e o modo como, apesar de todas as contingências, nunca deixa de seguir o «impulso» repentino de «desatar a escrever». Tem vários romances e contos, alguns já acabados, outros a meio. E também um conjunto de short stories criadas a partir de músicas, que publica no site do Imago. O seu inventário de dispersos seria um bico de obra. É que como o próprio reconhece com justiça a capacidade de organização não está entre os seus predicados. A inclinação négligé é nele notória desde logo pelos sapatos, com os atacadores invariavelmente desatados. Mas é com desvelado cuidado e aplicada exigência que Manuel Halpern desata os nós da ficção.

MARIA LEONOR NUNES

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A capa

Eu já estava a entrar em desespero em busca da imagem para a capa. Tinha visto mil possibilidades. Atendi a sugestões de diversos amigos. A capa teimava em não aparecer. Ou seja, a tal que eu olhasse e desejasse sem qualquer dúvida, como se estivesse predestinada.


Pedi então ajuda ao meu amigo e artista plástico Tomás Cunha Ferreira (como é que não me tinha lembrado dele antes?). O Tomás, com a sua habitual simpatia, recebeu-me em sua casa e mostrou-me trabalhos seus. Alguns mais antigos outros mais recentes. Quase todos eram jogos de cor abstractos, com uma forte componente gráfica. Lindíssimos, por sinal. Mas nenhum me convenceu para o efeito. Até que, no meio de todas aquelas texturas, me cruzei com uma colagem feita de dois pedaços de jornal. Uma imagem rica, apelativa e suficientemente abstracta, com uma magnífica combinação de cores.


A colagem original é esta:

Depois foi trabalhada pelo atelier de Pedro Mascarenhas e pelo próprio Tomás até resultar na capa propriamente dita.

Além de artista plástico o Tomás é músico. Juntamente com o Jacinto Lucas Pires (ambos andaram comigo na escola) forma Os Quais. Uma banda que ainda vai dar que falar. Para já, dá-se a ouvir aqui




terça-feira, 2 de setembro de 2008

Webboom



Fora de Mim já está disponível, em pré-venda, na Webboom, com 10 por cento de desconto. Segundo sei chegará à maior parte das livrarias no dia 11. O lançamento está marcado para a segunda quinzena de Setembro.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O José Luís Peixoto já leu...

«As cores da linguagem são usadas para retratar um mundo que, vamos descobrindo a cada página, é aquele que está à nossa volta. Fora de Mim, de Manuel Halpern, soube encontrar o caminho para dentro de nós»
(José Luís Peixoto)

Fotografias









terça-feira, 3 de junho de 2008